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Mil vezes pensei e já falei algumas vezes: não há que temer à uniformidade e à monotonia. A surpreendente facilidade de comunicação, os trens, o telégrafo e o telefone, que permitem que mercadorias e pessoas fujam de um lado para o outro da terra, e que transmitem e comunicam o pensamento e a palavra com a velocidade de um raio, não conseguem ainda, e nunca vão conseguir, nos identificar, nos desbotar, por assim dizer, e nos fazer perder a marca característica da casta, a língua, a tribo e a nação que todo mundo tem. Diríamos que para nos precaver contra o atrito, que poderia limar e polir as diferenças, armamo-nos instintivamente de uma virtude conservadora do castiço que paira no fundo, embora superficialmente desapareça. O que hoje chamam de high society, ou seja, a parcela mais rica da sociedade, elegante e esnobe, parece-nos ser cosmopolita, mas na realidade não é. Homens e mulheres falam francês tão bem e às vezes até melhor do que na sua própria língua. Alguns enrolam também no inglês e no alemão. Quando lêem, lêem livros estrangeiros porque acham os livros indígenas entediantes, sem que nos empenhemos em elucidar aqui, se com razão ou sem ela. Os cavalheiros, se não carecem de metais preciosos ou dos sinais que os representam, mandam trazer ternos, cavalos e carruagens de Londres, e as senhoras mandam trazer vestidos e arranjos para o cabelo de Paris. A culinária francesa faz que a nossa seja esquecida ou pervertida. E, finalmente, o costume do veraneio raramente leva os nossos elegantes de ambos os sexos para seus castelos e sítios, senão que os leva-para França, Suíça, Inglaterra, ou para outras regiões ainda mais ao norte. Quando a grana é curta e não é possível fazer grandes coisas, voam pelo menos até Biarritz. Bem, com tudo isso, e apesar de tudo isso, a nossa high society continua sendo tão daqui como antigamente, e não precisa o autor de comédias e romances, a fim de preservar a cor local e nacional dos seus personagens, buscá-los nas camadas sociais mais baixas, ou ir atrás deles às cidades remotas do interior ou aos lugares mais esquivos, recônditos e isolados. | Entry #13859 — Discuss 0
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Por mil vezes pensei e algumas vezes já disse: não temos que temer o mesmismo e a monotonia. A surpreendente facilidade dos meios de comunicação, as estradas de ferro, o telégrafo e o telefone que levam mercadorias e pessoas de um extremo à outro da terra, e que transmitem e comunicam o pensamento e a palavra com a rapidez de um raio, não conseguem ainda, nem conseguirão nunca nos identificar, nos sangrar, digamos assim, e fazer com que percamos a marca característica da raça, da língua, da nação e da tribo que cada um tem. Se diria que para nos precavermos contra o desgaste, que poderia lixar e polir as diferenças, nos armamos de uma virtude conservadora do sangue puro que persiste ainda escondido, embora superficialmente desapareça. O que chamam agora "alta sociedade", ou digamos aquela parte da sociedade mais rica, elegante e enfeitada, à nos parece ser cosmopolita, e sem dúvida não é. Homens e mulheres falam em françês tão bem e às vezes melhor que em espanhol. Alguns arranham ainda a língua inglêsa e até a alemâ. Quando lêem alguma coisa, lêem livros extrangeiros porque com os nossos originais se aborrecem, sem que nos ponhamos aqui para descobrir se com razão ou não. Os senhores, como não lhes falta dinheiro ou pelo menos aparência, fazem vir de Londres roupas, cavalos e carruagens, e as senhoras mandam vir de Paris, roupas e enfeites. A cozinha francesa faz com que a espanhola seja esquecida ou se perca. E ao final, as férias de verão raras vezes leva nossas elegantes pessoas a seus castelos e propriedades, ma sim os leva à França, Inglaterra, ou a mais sofisticados lugares. Quando o dinheiro é pouco e não se pode abusar, deve-se pelo menos ir a Biarritz. Pois bem; com tudo isso e apesar de tudo, nossa "alta sociedade "continua sendo tão espanhola como suas antecessoras, e não necessita o autor de comédias e dramas, a fim de manter o perfil local e nacional de seus personagens, buscá-los nas mais baixas camadas sociais, ou procurar nas "Batuecas" ou nos mais difíceis, montanhosos e escondidos lugares. | Entry #12604 — Discuss 0
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Pensei mil vezes e alguma vezes já disse: não há porque temer a uniformidade e a monotonia. A facilidade admirável das comunicações, as malhas ferroviárias, o telégrafo e o telefone, que proporcionam o escape de mercadorias e pessoas de um extremo a outro da terra e que transmitem e comunicam o pensamento e a palavra com a rapidez de um raio. Nada disso consegue (nem nunca conseguirá) nos identificar ou descolorir, por assim dizer, nos fazendo perder o carimbo característico de casta, língua, nação e tribo que cada um de nós tem. Digamos que, como prevenção contra o roçar que poderia lixar e polir as diferenças, nos armamos instintivamente de uma virtude conservadora do que é puro, que permanece de fundo, apesar de desaparecer superficialmente. O que agora chamam de “high society”, ou seja, a camada social que é rica, elegante e de nariz empinado, nos parece ser cosmopolita, mas não é. Homens e mulheres que fala francês tão bem quanto (as vezes até melhor do que) sua própria língua espanhola. Outros arriscam ainda no inglês, até no alemão. Quando lêem alguma coisa, é um livro estrangeiro, porque os livros nativos os deixam entediados (não vamos nos empenhar aqui em elucidar se eles têm ou não razão). Os cavalheiros que não precisem de metais preciosos, ou dos sinais que os representam, mandam trazer trajes, cavalos e carros de Londres. As senhoras mandam trazer vestidos e penteados de Paris. A culinária francesa faz com que a espanhola fique esquecida ou distorcida. E, por último, nossos indivíduos elegantes de ambos os sexos raras vezes seguem o costume veranear em seus castelos e fazendas, sendo levados a França, Suíça, Inglaterra ou regiões mais hiperbóreas. Quando a grana é curta e não se pode dar ao luxo, é preciso voar pelo menos até Biarritz. Pois bem, com tudo isso (e apesar de tudo isso) a nossa “high society” continua sendo tão hispânica como antigamente e não precisa de autores de comédias e romances para preservar a cor local e nacional de seus personagens, procurá-los sob as camadas sociais ínfimas ou tentar encontrá-los no vale das Batuecas ou em outros lugares mais esquivos, alpestres e isolados. | Entry #13249 — Discuss 0
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